25/07/08

Homem de Foz Côa

Sonhei-te.
Deitado na minha cama, debaixo do meu corpo
Um réu preso a uma trama, sonhei-te acorrentado pelo pescoço
Não distinguias a luz encarnada vendado
Na tua pele, a cera marcada sentias
Na minha cama sedado, o que eu queria tu fazias

A tua pelve presa entre as minhas botas, entre as pernas o teu torso
Éramos dois animais de tesão, éramos dois corpos num coito
Uma envolvência brutal, banal que evoluiu para uma excepção

Sonhei-te, é verdade…
Deitado na minha cama, debaixo do meu corpo
Numa sexualidade perversa de quem não ama
Contudo depois de feito a temperatura era diferente
O frio metálico era inexistente e eu deitei-me ao teu peito

Sonhei-te, sonhei-me
Não te assustes que foi apenas um sonho
Mas foi bom… Libertei-me