23/04/08

Amante automático

Entre faces conhecidas a tua apenas me soou a familiar
Não sabia de onde, não era importante, ainda assim soubeste explicar
Minutos mais tarde voltei a ver-te, estavas mais desfocado
Mais perto, mais quente e mais interessado

Beijaste-me, toquei-te, agarraste-me, algemei-te
Num suceder de acções minhas e tuas inchaste, cresceste, endureceste …
Toquei-te, senti-te. Fugiste! Assustei-te?
Desculpa a falta de emotividade mas sou assim, frio metálico… Um amante automático

Não demorou muito para voltares e beijares-me de novo
Depois de te sentir como senti não tinha duvidas que voltavas
Querias-me, mas havia um alguém que amavas - Disseste
“Ama quem quiseres” - Beijei-te, indiferente e apático porque sou assim… Um amante automático

Queria oferecer-me, queria provar-te
Amares alguém exacerbou-me, soubeste ligar-me
Se fosses outro não seria diferente
O botão era o mesmo e o prazer suficiente

Os teus dedos invadiram-me, enquanto te provava o suor
Provei-te a saliva, provei-te o esperma, provei-te o odor
Sabias aos outros e num beijo provaste-te
Foi errado, foi problemático, foi bom… Foi automático

Intrigaste-me! O que procuravas, fiquei sem saber
Foi o álcool? Foi o ambiente? Farto de romantismo?
Querias prazer por prazer? Uma mistura de tudo isto e algo mais?
Querias frio metálico… Dei-te sexo automático